Linfedema: o que é, como identificar e tratamento
O linfedema corresponde ao acúmulo de líquidos em determinada área do corpo, o que leva ao inchaço.
Essa situação pode acontecer depois de uma cirurgia, além de também ser comum depois da retirada de gânglios linfáticos afetados por células malignas, devido ao câncer, por exemplo.
Apesar de raro, o linfedema também pode ser congênito e se manifestar no bebê, mas é mais comum nos adultos devido a infecções ou complicações do câncer.
O tratamento do linfedema é feito com fisioterapia por algumas semanas ou meses, com o objetivo de eliminar o excesso de líquido e facilitar a movimentação da região do corpo acometida.
Como identificar?
O linfedema é facilmente observado a olho nu e durante a palpação, não sendo necessário realizar nenhum exame específico para o seu diagnóstico, mas pode ser útil verificar o diâmetro do membro afetado com uma fita métrica.
É considerado linfedema quando há aumento de 2 cm na circunferência do braço afetado, quando comparado com as medidas do braço não afetado, por exemplo. Essa medição deve ser feita em todo membro afetado a cada 5-10 cm de distância, e serve como parâmetro para verificar os efeitos do tratamento. Nas áreas como tronco, área genital ou quando os dois membros são afetados uma boa solução pode ser tirar fotografias para avaliar os resultados antes e depois.
Além do inchaço local, a pessoa pode apresentar sensação de peso, tensão, dificuldade de movimentar o membro afetado.
Porque acontece o linfedema?
O linfedema é o acumulo da linfa, que é um líquido e proteínas fora da circulação sanguínea e linfática, no espaço entre as células. O linfedema pode ser classificado como sendo:
• Linfedema primário: apesar de ser muito raro, é quando é causado por alterações no desenvolvimento do sistema linfático, e o bebê já nasce com essa condição e o inchaço permanece ao longo da vida, embora possa ser tratado
• Linfedema secundário: quando acontece devido a alguma obstrução ou alteração no sistema linfático devido a doença infecciosa, como a elefantíase, obstrução causada pelo câncer ou consequência do seu tratamento, devido a cirurgia, lesão traumática ou doença inflamatória, nesse caso há sempre inflamação dos tecidos envolvidos e risco de fibrose.
É muito comum o linfedema após o câncer de mama, quando são retirados gânglios linfáticos na cirurgia de retirada do tumor, porque a circulação linfática fica prejudicada, e por força da gravidade, o excesso de líquidos fica acumulada no braço.
Linfedema tem cura?
Não é possível curar o linfedema porque o resultado do tratamento não é definitivo, havendo necessidade de um outro período de tratamento. Contudo, o tratamento pode reduzir o inchaço de forma significativa, sendo recomendado o tratamento clínico e fisioterapêutico por aproximadamente 3 a 6 meses.
Na fisioterapia é recomendado fazer 5 sessões por semana na fase inicial, até o momento em que existe uma estabilização do inchaço. Após esse período é recomendado fazer mais 8 a 10 semanas de tratamento, mas esse tempo varia de pessoa para pessoa e dos cuidados que mantém no seu dia-a-dia.
Como é feito o tratamento?
O tratamento do linfedema deve ser orientado pelo médico e pelo fisioterapeuta e pode ser feito com:
• Remédios: como gama benzopironas ou flavonóides, sob indicação e acompanhamento médico;
• Fisioterapia: é indicado realizar a drenagem linfática manual adaptada à realidade do corpo da pessoa. A drenagem linfática após a retirada de linfonodos é um pouco diferente do habitual, porque é preciso direcionar a linfa para os gânglios corretos. Caso contrário, a drenagem pode ser prejudicial causando ainda mais dor e desconforto;
• Bandagem elástica: este é um tipo de atadura não muito apertada, que quando é devidamente colocada ajuda a conduzir a linfa adequadamente, eliminando o inchaço. A manga elástica deve ser usada, segundo a recomendação do médico e/ou fisioterapeuta, com compressão de 30 à 60 mmHg durante o dia, e também durante a realização de exercícios;
• Enfaixamento: deve-se colocar uma faixa tensora em camadas sobrepostas após a drenagem nos primeiros 7 dias, e a seguir 3 vezes por semana, para ajudar a eliminar o edema. A manga é recomendada para linfedema no braço e a meia de compressão elástica para as pernas inchadas;
• Exercícios: é importante ainda realizar exercícios sob a supervisão do fisioterapeuta, que podem ser realizados com bastão, por exemplo, mas exercícios aeróbios também são indicados;
• Cuidados com a pele: deve-se manter a pele limpa e hidratada, evitando usar roupas apertadas ou com botões que possam ferir a pele, facilitando a entrada de micro-organismos. Assim, é preferível usar tecido de algodão com com velcro ou com espuma;
• Cirurgia: pode ser indicada em caso de linfedema na região genital, e no linfedema de pernas e pés de causa primária.
Em caso de excesso de peso é importante emagrecer e também é recomendado diminuir o consumo de sal e de alimentos que aumentam a retenção de líquidos, como os industrializados e ricos em sódio, isso não vai eliminar o excesso de líquidos referente ao linfedema, mas ajuda a desinchar o corpo, como um todo.
Quando a pessoa apresenta edema há muito tempo, pode surgir como complicação a presença de fibrose, que é um tecido endurecido na região, e nesse caso deve-se realizar terapia específica para eliminar a fibrose, com técnicas manuais.
Fonte: Tua Saúde